quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Rapte-me camaleão

Quer coisa mais forte que isso?
Somos vento.
Conhece algum macho que se autoproclame: vento?
Perdem tanto tempo sendo viris que não se permitem ser metáfora.
Somos alegoria.
Capazes de ser qualquer coisa e por isso, impossíveis.
E de tantos devires podemos ser livremente: tudo e nada.
Inclusive literais.
Machismo algum jamais vai entender isso: rapte-me camaleão!
Mulher é portátil, inoxidável, eu sou.

Ana Oliveira