tag:blogger.com,1999:blog-28758719627427854622024-03-19T10:45:50.494-07:00O curioso destino de um Coração DesordenadoMariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.comBlogger222125truetag:blogger.com,1999:blog-2875871962742785462.post-30026043374564757302021-10-21T09:38:00.007-07:002021-10-21T09:38:59.907-07:00 Uma prosa sobre quase morrer<div style="text-align: justify;">A tristeza é uma dor gelada de olhar profundo. Seus sentidos são secos. A boca amarga, a pele rígida. O som da tristeza é um sussurro incessante e histérico. Um silêncio intercalado pelo estampido do medo. Uma respiração que se confunde com o cheiro do sangue e a paralisia do ar. A tristeza é a antessala da morte.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ana Oliveira</div>Mariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2875871962742785462.post-33438234889167917602021-10-07T12:38:00.003-07:002021-10-07T12:38:22.542-07:00AbelharNo céu da vida ameaçada<br />Voeja a abelha apressada <br />Encorajada pela urgência<br />De espalhar a existência<div><br /></div><div>Ana Oliveira</div>Mariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2875871962742785462.post-49700143706286955722021-10-07T12:36:00.003-07:002021-10-07T12:36:46.144-07:00Pólen vidaDe pólen em pólen sobrevoa<br />A pequena abelha apressada<div>Uma sina sem linha de chegada<br />Pois a vida não é tarefa à toa</div><div><br /></div><div>Ana Oliveira</div>Mariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2875871962742785462.post-37895198282285609202021-07-28T11:08:00.009-07:002021-07-28T11:09:10.305-07:00Perguntas a Neruda IIQual a resposta que não tem pergunta?<br />Quem sentenciou a borboleta à morte prematura?<br />Quem quebrou a chave do tempo?<br />Quem subtraiu o livro da noite?<br />Qual o sabor preferido do vento?<br />Quem escolheu o perfume das flores?<br />Porque o cheiro da rosa não é de jasmim?<br />E se a margarida casasse com o cactus?<br /><div><br /></div><div>Ana Oliveira</div>Mariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2875871962742785462.post-50973445789316434092021-07-28T11:08:00.008-07:002021-07-28T11:08:45.790-07:00Perguntas a Neruda IQuem disse que o diabo é mau?<br />Quem já conseguiu agarrar o vento?<br />Quem tem o mapa da cidade perdida?<br />Como está o humor da madrugada fria?<br />Quantas cores tem o arco-íris da lágrima?<br />Onde mora o pássaro que pousou na janela?<br />As perguntas também tem razão?<div><br /></div><div>Ana Oliveira</div>Mariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2875871962742785462.post-80356509016258421892021-07-28T11:06:00.005-07:002021-07-28T11:07:09.208-07:00Perguntas a Neruda<div>Quem me perguntou se era assim que eu queria?</div><div>Quem escreveu as regras do mundo? </div><div>Quem apagou a luz do afeto?<br />Quem disse que o céu é o teto? </div><div>Quem desenterrou o anel de noiva da chuva?</div><div>Qual é a cor do verde quando chora?<br />Qual é o tamanho do mar que deságua dos teus olhos?</div><div>Quem misturou as tintas da tua pele? </div><div>Qual é o cheiro dos cabelos da noite?</div><div><br /></div><div><br /></div><div>Ana Oliveira</div>Mariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2875871962742785462.post-13499257952531628322021-06-02T09:40:00.008-07:002021-07-28T11:19:04.588-07:00O fim do poema<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOcJa8kB9XXFhqEXK9_JwCynMZlsl9vtzaiOjgWBcYBQldao6EeJfRLCAkh-hr0lNVCg67FTnFSeHkMUjnbXRZRsbXJN9J1qB4hpXVQrWsHIH1wCdUSFuLO2g3mxfLUYwunFM-Z00BMDdW/s960/Llorona.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="540" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOcJa8kB9XXFhqEXK9_JwCynMZlsl9vtzaiOjgWBcYBQldao6EeJfRLCAkh-hr0lNVCg67FTnFSeHkMUjnbXRZRsbXJN9J1qB4hpXVQrWsHIH1wCdUSFuLO2g3mxfLUYwunFM-Z00BMDdW/s320/Llorona.jpg" /></a></div><br />Não tenho mais poesia. Enfim, literal. Uma escrita apática, antes sombria. Apenas fosca. Foram os anos, os desamores, os dissabores. As perdas, os danos, os enganos. Não sei. A poesia virou um cinzeiro abarrotado e amanhecido. Um mofo de pão. Uma casca de qualquer coisa que já não serve. Vocês venceram! Já não há mais olhos marejados, nem mariposas estomacais. Apenas uma acidez assídua e vencedora. Não há mais sequer um resto, restolho, restinho, de nada. Só embrulho, entulho. Cascalhos de palavras chutadas. Não me peça mais para escrever, exija qualquer outra coisa. Um tapa na cara, um gole de cachaça,
me mande para aquele lugar, mas poesia, nunca mais. </div>Mariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2875871962742785462.post-91855043228001425602021-05-12T13:32:00.003-07:002021-05-13T11:01:27.834-07:00A ponta Aquele iceberg que te mostrei na TV <br />Era apenas uma ponta gelada <br />Uso o resto que fica embaixo d'água<br />Para te dizer que é assim que me sinto<br />Submersa, quase congelada na agonia<br />Da tua dualidade frenética<br />Do teu sorriso inconstante<br />Que me escapa pelos vãos dos cabelos<br />Tão escassos quanto tua alegria<br />Aquela extremidade fria<br />É o pedaço que conheço de ti<br />Ínfimo diante do que te transtorna<br />Do que entorna o caldo da tua urgência<br />E da minha parca paciência<br /><br />Ana OliveiraMariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2875871962742785462.post-87212475166903340382021-04-08T12:31:00.003-07:002021-04-08T12:32:48.284-07:00RessacaDentro dela há<br />Um emaranhado<br /><br />Corpos, vírus e cheiros<br />Coquetelados<br />Em tempos ainda mais difíceis<br />Que os de Amélie<br /><br />Alcoolizados pela inspiração<br />Que vem do estrago<br />Ou da crença na volta do afeto<br /><br />Dentro dela há<br />Uma maldição<br /><br />Mais sina que acaso<br />Mais acaso que escolha<br />Mais cachaça que ego<br /><br />Dentro dela há<br />Infinitas tentativas de dizer nãoMariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2875871962742785462.post-16789652128998951252021-04-08T11:52:00.002-07:002021-07-28T11:00:13.688-07:00Esse lugar que não acaba<br /> O coração<br />Invadido pelas beiradas<br />Atacado pelas fronteiras<br /><br />O tempo<br />Quase muito cedo<br />Quase muito tarde<br /><br />O corpo<br />Infestado de língua<br />Ocupado pelas manhãs<br /><br />A paixão<br />Concedida à força<br />Intromissão desejada<br /><br />E eu legislada tentando sair desse lugar<br />Carcomido e alheio ao coração, ao tempo e ao corpo Mariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2875871962742785462.post-16828048200831964272020-10-12T20:17:00.006-07:002020-10-14T10:33:29.079-07:00RumoresRum. <div>Am(od)ores.<br /> O corpo flambado <br /> em uma noite-quase-dia.<br /> Dói?<br /> Não, mas queima.</div>Mariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2875871962742785462.post-8107078153864454612020-09-28T07:14:00.008-07:002020-09-28T07:17:04.176-07:00Cine vidaNem o filme de uma vida vivida<br />Fugirá da história contada<br />E das memórias borradas<br />Pelo tempo<br />E pelo álcool <br />Tão pouco escapará<br />Da cara de pau<br />De uma sedução estudada<br />Pela morte<br />E pelo departamento<br />De marketing da vida<br />Viver é sentir pouco a pouco<br />A perda irreparável do fim<br />De cada dia<div>Porque viver </div><div>É morrer sem morrer</div>Mariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2875871962742785462.post-56545815123683299542020-06-24T12:50:00.000-07:002020-06-26T12:51:16.059-07:00Abraços envelopadosChega uma caixa<br />
Vinda de longe<br />
Bem embalada, cor de terra<br />
Dentro, um amuleto e um bilhete<br />
Parece que a história acaba<br />
Mas não, só começa<br />
Tinha mais algo no fundo<br />
Escondido em sua timidez<br />
Nunca estivera acostumado<br />
A viajar distâncias envelopadas<br />
Preferia esperar para fazer-se<br />
Apertado e presente<br />
Mas então vieram<br />
As portas trancadas<br />
E os braços cruzados<br />
Sem vírus e sem afeto<br />
Precisou se reinventar<br />
Metendo-se dentro de caixas,<br />
Envelopes e computadores<br />
Na esperança de cumprir<br />
Sua sina, indelével missão<br />
De abraço-viajanteMariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2875871962742785462.post-7755419211073398532020-02-19T11:55:00.003-08:002020-02-19T12:24:42.934-08:00Pequenas mortes diárias<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCdi-VX93peWwUcp3sPOX-ZvJAbo9IIk67iJv7bHYaipoKECZgug4qk_Xb6oCxqKHa3okFXDn3bkv40AEPpyORA6MzWXmNPsqGTW2QGnqMDKBmhpMlYOzknOzatvODZLenc1yT5Cq_W0-a/s1600/430705-Kycb.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; display: inline !important; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="1280" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCdi-VX93peWwUcp3sPOX-ZvJAbo9IIk67iJv7bHYaipoKECZgug4qk_Xb6oCxqKHa3okFXDn3bkv40AEPpyORA6MzWXmNPsqGTW2QGnqMDKBmhpMlYOzknOzatvODZLenc1yT5Cq_W0-a/s320/430705-Kycb.jpg" width="320" /></a><br />
<br />
Morrer só por hoje<br />
Em silêncio<br />
Num lugar quente<br />
Escuro abraço<br />
<br />
Morrer só um pouco<br />
Pra ser leve<br />
Ser vivo<br />
Breve sossego<br />
<br />
Morrer só pra viver<br />
Mais um dia<br />
Menos um<br />
Funesto instanteMariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2875871962742785462.post-3007468722543345022019-12-21T12:32:00.000-08:002020-06-26T12:33:28.959-07:00VXIII<div style="text-align: justify;">
[14:28] No vazio da escrita, as vezes, moram outras palavras. Como uma casa desabitada no meio do mato, o intervalo da escrita abriga poemas, canções e pensamentos outros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
[14:34] Ela diz que não, mas gosta desse corte, que à moda Cabral, é por onde lhe escorrem os poemas. Um buraco no meio do peito. Um intervalo no meio do dia. Uma ruptura no meio da pós-modernidade.</div>
Mariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2875871962742785462.post-77415156367254032122019-12-21T12:30:00.000-08:002020-06-26T12:30:54.776-07:00VII<div style="text-align: justify;">
[18:04] Enquanto apaga três dos cinco capítulos escritos, vem a mente interrogações das mais variadas profundezas:</div>
<div style="text-align: justify;">
[18:06] Porque o pão sempre cai com o recheio virado pra baixo?</div>
<div style="text-align: justify;">
[18:07] Porque a xícara tem apenas uma alça?</div>
<div style="text-align: justify;">
[18:08] Como te amar sem me odiar?</div>
<div style="text-align: justify;">
E fica pensando que podemos nos apaixonar por quem não nos ama, mas que a amizade só existe na admiração de um para o outro.</div>
<div style="text-align: justify;">
[18:11] E que a geleia é sempre melhor que a dieta.</div>
Mariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2875871962742785462.post-4926009951197387502019-12-20T12:28:00.000-08:002020-06-26T12:28:58.327-07:00VI<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
22:44]Deveria ter escrito ao menos duas páginas. Mas não. Entre recorta, cola e apaga, foi apenas uma. Mísera e desgraçada página dos quintos dos infernos. Calma. Pessoa letrada não fala assim. </div>
<div style="text-align: justify;">
[22:47]Letrada? Lesada! Levanta e começa a pensar em rimas para letrada. </div>
<div style="text-align: justify;">
[22:51]Letrux não rima, mas ‘Vai render’ é uma ótima música pra se ouvir agora. Pronto. Acabaram-se as letras por hoje.</div>
Mariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2875871962742785462.post-10431450882240666012019-12-20T12:27:00.000-08:002020-06-26T12:48:16.753-07:00V<div style="text-align: justify;">
[23:02] Passa o dia todo em trabalho de parto literário. Sente dores nas costas. Bebe muito café. Deita. Sonha acordada e dormindo. Caminha pelo apartamento à moda da barata tonta. Assiste a um filme de Guel Arraes. Brinca com sua gata e uma bolinha de papel enquanto pensa:</div>
<div style="text-align: justify;">
[23:06] A gata.<br />
A gata nem sempre parece gato. Parece cachorro. Parece coelho. Mas, diferente de coelhos ou cachorros, a gata dorme porque quer dormir. Come porque quer comer. Fica em silêncio porque não tem nada a dizer. Ser gato é da ordem das vontadezas.</div>
Mariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2875871962742785462.post-62682877162396058342019-12-20T12:25:00.001-08:002020-06-26T12:37:35.659-07:00IV[15:47]: Saldo da tarde de escrita:<br />
[15:45}: Três poemas, uma conclusão sobre o caráter dos deuses e um pão comido por uma formiga.Mariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2875871962742785462.post-10050167249826444302019-12-20T12:25:00.000-08:002020-06-26T12:42:17.464-07:00III<div style="text-align: justify;">
[15:30]: Nenhuma palavra digitada. Nem escrita. Só silêncio. Enquanto o vazio toma conta do branco ela observa uma formiguinha na parede:</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
[15:33]: A formiga.<br />
A formiga não é bem uma formiga. É um pontinho caminhante que vagueia no deserto branco. A parede é limpa-suja. Tem ondulações. Paralelepípedos formiguíneos. A formiga tem apenas um destino. O pão.</div>
</div>
Mariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2875871962742785462.post-84934630047047522982019-12-14T12:24:00.000-08:002020-06-26T12:37:07.058-07:00II<div style="text-align: justify;">
[16:07]:Para continuar fugindo da escrita ela conversa com seus irmãos londrinos sobre intermináveis assuntos aleatórios:</div>
<div style="text-align: justify;">
[16:09]: - Pede ajuda para o tio Lú! Ele nunca nos desampara. </div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
[16:09]: - Esse aí eu não confio. Gosto. Mas não confio. Nem Drácula confia nele. </div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
[16:09]: - Na real o tio Lú e o Drácula tem uma competição. </div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
[16:10]: - Sim. [16:10]: Mas o Dracula dá um show no tio Lu em classe e indumentária. </div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
[16:11]: Se dá! Ele é um Lord. O Lú é um lacaio.</div>
</div>
</div>
Mariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2875871962742785462.post-602860672411375712019-12-14T12:22:00.000-08:002020-06-26T12:38:36.693-07:00Delírios acadêmicos<div style="text-align: justify;">
[14:06]: A pessoa tenta estudar e não consegue. Inventa mil desculpas pra não escrever. Lava a louça. Tem fome. Come. Pega um café. Varre a casa. Sem mais nenhuma outra desculpa, olha para o pão sobre a mesa e faz um poema.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
[14:07]: O pão:</div>
<div style="text-align: justify;">
O pão é mais milenar do que o poema. O pão e a poesia ninguém sabe quando nasceram. O pão tem mais sabedoria do que a poesia. O pão só não ganha do vinho. Empata.</div>
Mariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2875871962742785462.post-68365407682597798832019-11-05T13:28:00.001-08:002019-11-05T13:45:56.348-08:00Mapa primitivoA moça de alma intransitável<br />
Não negocia a liberdade<br />
Nem o direito ao sexo orgânico<br />
De sua solidão resolvida<br />
Foge do rigor canônico <br />
E das almofadas na janela<br />
Evita também casamentos<br />
E coentro na comida<br />
Enxerga um leão na lua<br />
Livre em sua selva amarela<br />
Nutre-se de saudável tristeza<br />
Sem corromper a natureza<br />
De seu espírito indomávelMariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2875871962742785462.post-8565476339208068502019-10-09T14:05:00.001-07:002019-10-09T15:00:05.367-07:00Os subterrâneos do sonhadoEm meio aos girassóis <br />
Do Século de Ouro<br />
Grávida de naturezas-mortas<br />
Seu inimigo não é mais o tempo<br />
Mas os pigmentos que desbotam<br />
A cada primavera provençal<br />
Sua profundeza ora invadida<br />
Por testes de laboratório<br />
Descama, perde filhos e camadas<br />
Deflorada por venenosas <br />
Misturas hormonais<br />
Tudo envelhece<br />
Sangue, aquarelas, ovários<br />
Menos a pintura fecundada<br />
No meio da sala do sonho<br />
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Ana OliveiraMariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2875871962742785462.post-48281874960282478282019-07-31T12:41:00.000-07:002019-07-31T12:41:20.747-07:00Semente<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyeIvc08Co3XrVlmg2GjPHU1LVb2yoncgvO4_SaY2WsKSp1tU7JludDdMV4GMJ_g5syYjstwgcTnsoLvJf-QW4oEeX-_M-6irCJUGHOym9AuFYWkMGtiAIPSSp3_kxlM3wuAuuNJWnD0AC/s1600/WhatsApp+Image+2019-07-26+at+14.01.22.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="958" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyeIvc08Co3XrVlmg2GjPHU1LVb2yoncgvO4_SaY2WsKSp1tU7JludDdMV4GMJ_g5syYjstwgcTnsoLvJf-QW4oEeX-_M-6irCJUGHOym9AuFYWkMGtiAIPSSp3_kxlM3wuAuuNJWnD0AC/s320/WhatsApp+Image+2019-07-26+at+14.01.22.jpeg" width="239" /></a></div>
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Quatro anos<br />Perdemos os cabelos, o juízo por tantas desilusões,<br />Mudamos de casa, de emprego, mudamos de ideia<br />Os cabelos cresceram, a saúde voltou, <br />Nós não somos mais as mesmas, mas ainda somos essência<br />Quatro anos se foram<br />Pra trazer mais uma Monange <br />Quatro anos virão<br />Para outra vez olharmos as fotos e pensar:<br />Quem são estas garotas?<br />Somos nossa própria semente<div>
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Ana Oliveira</div>
Mariposahttp://www.blogger.com/profile/12719765884651987127noreply@blogger.com0