segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Livrarte





















Enquanto o amor fere e não consola,
A arte espera ansiosa pelo mergulho.
O que desenhar sobre um querer egoísta,
Hedonista, disfarçado de boas intenções?
Quem acha que ama, ama mesmo a si
Ama o que o outro lhe seduz, produz
Uma espécie de retrato de Dorian Gray,
Lindo, mas cheio de dolorosas feridas
A arte não te chicoteia, nem mutila
É a única maneira de mantermos as ilusões
Não te esquece nos feriados, nem nas dores
Não te rouba o viço e depois emudece
Se arrepender de um prazer é impossível
Basta não confundir com a eternidade da alma
Quem te ama quer você livre, mas perto, inteiro
Nada além disso, ousa-se chamar de amor
O amor disfarçado te enfraquece, trapaça
É um impulso reprimido que te envenena
A arte te faz brilhar e ser chama viva
É a poção mais sábia da redenção.

Ana Oliveira

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