Meu novelo quer ser nó
Faz um emaranhado de sóis, luas
Cheiros, gostos, rostos
Ora decifro, ora vejo vazar
Por entre os dedais e agulhas
Vou desenrolando fio a fio
Para no mundo não tropeçar
Costuro o retrato de meu ser
Tramando e desmanchando
Dedos gastos de recordar
A trama configura o desenho
Pontos desalinhados pela dor
Querem ser livres do esboço
Saltam veias e texturas
Para arrematar a vida em amor
A trama configura o desenho
Pontos desalinhados pela dor
Querem ser livres do esboço
Saltam veias e texturas
Para arrematar a vida em amor
Anna Poulain
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