quinta-feira, 9 de março de 2017

A volta do flamingo

Há tantas gaiolas
Apáticas, vulneráveis
Azedas de amargar
Forjadas a fel
Feitas pra arrasar o tempo
Estragar a festa
Misturadas com o vazio
Impotente e surdo
Carcomido de inveja
Da vida que deságua
Pronta para teimar
E levar incertezas
Pra longe da gente
Há tantos medos
Disfarçados de vento
Levam a alma
De asas já cortadas
Cobertas pelo véu da noite
Que o flamingo traz de volta
Pois alma não se ajoelha
Volta de manhã
Pra fazer o café

Ana Oliveira

Nenhum comentário:

Postar um comentário