quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Apatia


Que amor é esse sombrio
Desfigurado e mudo
Morador de um coração
Apático e cansado
Fadado a viver trancado
Dentro do esquecimento
E fora das lembranças
Cada dia mais carcomidas
Distantes do pensamento

Que viver é esse que sem
Amor urgente e aquecido
Descompassa saudoso
Da carne que chora
Enganada e doente
De querer ser abrigo
Daquilo que finge o dia
E clama à noite que volte
Ao erro mais indecente
E feliz que a covardia vivera

Ana Oliveira