quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Doejar português















Nenhum mar vive atrás do véu
Mortalha da escuridão do dia
Nada se move, tudo está ao léu
No gládio que o cinza pressagia

Num prenúncio cego aos gritos
Jaz sentada na pedra, a dor
Renegada e aquém do Bojador
A rastejar em areias de vidro

Na hora mais perigosa do instante
Inquieta-se a esfíngica solidão
Descoberta e nua a lamber o chão
Do meio sonho forjado a sangue

Ana Oliveira

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