quarta-feira, 9 de março de 2016

Trinta e cinco
















Não te ver
É mais que morrer
É jogar milho numa praça sem pombos
É o coração aos tombos
Esperando envelhecer

Não te ver
É dor de ferro em brasa
É o corte da asa
De um pássaro desenganado
É carne dilacerada

Não te ver
É menos que viver
É engolir o choro do samba
Num carnaval feito de quarta
É o cortejo do enterro

Pra que a colombina parta.

Anna Poulain







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