domingo, 3 de janeiro de 2016

Luz cega, fogo frio


Não tenho mais medo do escuro
Nem da luz que brilha de cegar
Meu pavor é da desalma humana
Carregada de artifícios, ilusões

Onde estão os espíritos bruxuleantes?
As sensações inexplicáveis?

Deixo que as lâmpadas durmam
Enquanto os sussurros da cidade
Agem como suave sonífero
Amortecendo meus lábios frios

É como se todo receio
Tivesse se tornado insignificante
Ante ao veneno que paralisa o corpo
Enquanto penetra no que não é

O silêncio já não amedronta
As vozes que não se falam

Nenhuma força é tão miserável
E indiscreta quanto o amor
Nele, não há véu nem virtude.

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