O riso bate na porta pra entrar
Logo, não é verdadeiro
Esse que não pede é senhor
Um dono que vem e vai
Assim, sem perguntar
O porquê de tanto desejo
A ele damos tudo,
Tempo, sono, poemas
Deixamos que subtraia
O calor da face que sucumbe
Mas o teu...
Berra em meus ouvidos
Como quem diz: Aqui estou!
Até meu sangue voltar queimando
Para as pálidas rosas de antes
Na dança conforme tua música
O coração ensanguentado
Tira a lágrima para dançar
No frenesi das cordas dissonantes
Que levam para onde bem querem
Meus loucos sentimentos por ti
No frenesi das cordas dissonantes
Que levam para onde bem querem
Meus loucos sentimentos por ti
Leio livros sem poder manter os olhos
Sobre as páginas que riem
Na amarga ironia do sarcasmo
Do meu riso que permanecerá longe
Por um longo e triste tempo
Na solidão que se aninhou em mim
Contudo, ainda rimos
De tanto chorar
Ana Oliveira
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