É sempre o último e por isso, um velho sábio
Palco das dores familiares, acertos, pesares
Promete trazer as coisas perdidas, aquecidas
Quem sabe até algo triste do azul melancolia
Que também azuleja alguma tênue euforia
Será o delírio das chuvas de novembro?
Que arrasta os joelhos nas pedras da solidão
Um jovem sem futuro, em sua magra finitude
Que chora o dia e a noite em desencantos
E canta para acalmar a fúria dos ventos
Trazendo a nudez do trovão em prantos
Será que o céu infinito no fundo não é céu?
Teto que profana meses ilusoriamente criados,
Feitos de fases que denunciam o passado
De um anil que dedica-se a confundir o tempo
Talvez uma vastidão imponderável de sonhos
Vivendo apenas de lua e vozes esquecidas
Ana Oliveira
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