sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Embriaguez

















Tenho bebido saudade
E continuo morta de sede
Lambo tuas fotos
Que têm cheiro e textura
No mesmo momento em que
Me embriago vendo teu vulto
A dançar pelo quarto
O velho espelho que
Já refletiu nosso desejo
Agora revela com pesar
A sombra opaca do vazio
O coração da minha boca
Chora enquanto mastiga
A própria carne que sorri
Ando comendo os olhos
Dos sonhos proibidos
Que guardam teus regalos
No baú das horas perdidas
Me arrasto pelos porões da dor
Procurando os gritos de êxtase
E só encontro as memórias
Amareladas do nosso ontem.

Ana Oliveira

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