A
vil espera enche os olhos
Cai
como uma luva no tempo
Lava
a face rubra e quente
Transforma
flor festiva em lamento
A dura tardança esquece de voltar
Anda às cegas cambaleante
Carrega na mala beijos e palavras
Vagueia feito moça desamparada, errante
A doce demora teima em ser brisa
Desperta a ida do mais profundo sono
Ao mesmo instante em que meus olhos piscam,
E você voa fecundo pólen de outono.
Anna Poulain
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