terça-feira, 23 de setembro de 2014

Sobre a morte do amor.

Escrever sobre amor é fácil. Palavra banalizada, usada e abusada. Difícil mesmo é falar sobre o amor que está morto. As pessoas saem, bebem, dançam e não se conformam em não "levar" alguém pra cama no final da noite. Depois, acordam com os olhos borrados e cheios de remorso. Muitos nem mesmo sabem o nome da pessoa sob seus cuidados. E assim, a rotina vai nos matando. Matando de sorrisos forçados, beijos mentirosos e orgasmos fingidos. Bravos guerreiros solitários perambulam pelos bares e alternam luas a procura de um amor prometido e moribundo. Dias cinzas quase ressuscitam quando uma palavra doce e aparentemente verdadeira abre a face em flor pra depois se transformar em vômito. Não existe mais amor. Existe uma comodidade medieval em relacionamentos convenientes e arranjados. Sempre há um motivo, dinheiro, status, amizade que se confunde, atração sexual. Mas amor, esse sem nenhuma explicação, sem quintas, sextas ou milésimas intenções, jaz no mundo dos que não voltam.