Absorta e casta em profundo
descanso,
contentava-me em saraus e valsas
quando o destino julgou que o
momento,
era propício.
Eu, como uma fera amontoada num
canto,
de mãos e pés atados,
sem nenhuma relutância em extrair a mordaça seca e
suja,
subitamente derreto-me sob tua face
como se minha alma, ora nua,
fosse
espelho da tua carne.
De que me serviriam os olhos
que
os vermes hão de saborear,
se não pudesse observar
o perfeito desenho dos teus
lábios,
enquanto proferes devaneios e conquistas corações inóspitos?
Amado que me toma!
Venha com a
noite calma e negra.
Oh, inspiração!
Oh, cheiro do êxtase e do vinho tinto
que
ora derrama em nossas veias.
(Anna Poulain)