segunda-feira, 17 de maio de 2010

TABACARIA

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto, Do meu quarto de um dos milhões do mundo
que ninguém sabe quem é (E se soubessem quem é, o que saberiam?) Dais para o mistério de uma rua cruzada
constantemente por gente, Para uma rua inacessível a todos os pensamentos, Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres Com a morte a por umidade nas paredes
e cabelos brancos nos homens Com o Destino a conduzir a carroça de tudo
pela estrada de nada.(...) (Álvaro de Campos) Um dos meus poemas preferidos...

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